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A palavra que não existe para algumas pessoas

data-filename="retriever" style="width: 100%;">O ser humano enxerga a vida de diversas maneiras. Determinada situação pode representar muito para algumas pessoas e ter um contexto completamente diferente para outras. Isso é algo absolutamente normal e compreensível. Somos distintos na forma de encararmos o mundo e, por consequência, nos rumos que tomamos.

E, nessa dissemelhança, uma palavra, já de algum tempo, me chama a atenção. É uma palavra que é o sonho da maioria, mas que não existe no dicionário de alguns. Conheço pessoas que fazem uma espécie de contagem regressiva para encontrarem essa palavra. Vão se regozijando com a proximidade dela. E, quando a alcançam, parece que se libertam, vislumbrando essa nova etapa como o grande momento de suas vidas. Um momento de alívio, de descanso físico e mental e de aproveitamento dos dias vindouros. Vibram como quem conquista um título, coloca uma faixa no peito e uma taça no armário.

Mas o motivo desta coluna não é tratar exatamente das pessoas que buscam essa palavra. É justamente falar das que a aboliram. Daquelas em que não passa pela cabeça, em hipótese alguma, a possibilidade de vivenciá-la. Isso me parece interessante, ou seja, a dualidade de visões de mundo acerca de uma mesma situação. E não estou aqui para julgar quem está certo ou errado. Faço, tão somente, uma constatação, sabedor que cada um faz suas escolhas de acordo com suas vontades e objetivos pessoais.

A vida me proporcionou conviver com algumas pessoas em que essa palavra inexiste. E aprendo muito com elas. Gosto de escutá-las. Servem como exemplo para muitas coisas. São pessoas apaixonadas pelo que fazem. Desfrutam das atividades laborais como um prazer cotidiano. Possuem motivação permanente para levantarem muito cedo, todos os dias, com a felicidade de saberem que estarão trabalhando e produzindo. Por isso, para essas pessoas, não existe a palavra aposentadoria. Não sabem o que é isso e, possivelmente, nunca irão saber. Somente alguma situação incontrolável para tirá-las do caminho que escolheram. Caso contrário, irão trabalhar até o último dia em que isso seja possível.

Existe um ditado que diz que quem gosta do que faz não precisa trabalhar. Portanto, essas pessoas têm nas suas labutas diárias a concretização do mundo que lhes dá prazer e que escolheram para trilhar. Uma espécie de vício sadio. Uma sina de quem sempre enfrentou desafios, correu riscos e nunca vergou. Uma trajetória de quem está sempre fazendo planos e traçando objetivos.

Um dos significados da palavra aposentadoria remete à situação de quem peregrinou por muitos anos e tem o direito de pousar um dia. Viver em estado de inatividade. Mas, para essas pessoas, tudo o que elas não querem é puxar o freio. Começaram a trabalhar muito cedo, ainda na adolescência, e nunca mais pararam. O trabalho é sinônimo de satisfação e motivação. Por isso, excluíram a palavra aposentadoria de suas existências. Não sabem e não querem parar. Até porque, se pararem, a vida perderá o sentido.

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